Cordel do Interior

“Sou um pobre coitado
Criado no interior
Na seca terra do sertão
Vivendo com meu amor
Na choupana ali ao lado
À toa falo trocado
As letras do alfabeto
Porque não tive por perto
Professor de instrução
E se bem me lembro
Foi no mês de setembro
Que conheci o doutor
Naquela roda gigante
Pulando feito um danado
Lá fiquei todo inchado
E o senhor me curou, pois
Comida de pobre é bucho
Farinha, milho e feijão
Às vezes pela andorinha
Quando pega de alçapão
No domingo come avultado
Galinha de capoeira
Com farofa e macarrão
Feita na banha de porco
Adoece de atrevido
Então, dá-lhe desgosto
Igual barão ter comido
De noite tem caganeira
Caindo suor do rosto
Sem falar no espinhaço
Doendo até o ouvido
Assim vive um roceiro
Pra não passar precisão."

MJ
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